Europeus lideram transição para energia limpa; Brasil é o 47º
A Europa, principalmente os países nórdicos, lideram o Índice de Transição de Energia (ETI, na sigla em inglês) do Fórum Econômico Mundial, que analisa a prontidão de cada país em adotar energia limpa usando três critérios: acesso e segurança de energia; sustentabilidade ambiental; e desenvolvimento econômico e crescimento.
O índice de 2020 foi divulgado no início deste mês de maio pelo Fórum. Segundo a organização, 94 de 115 países avaliados melhoraram sua estrutura energética para essa transição, mas os avanços ainda são insuficientes para atender às metas climáticas estabelecidas pelo Acordo de Paris.
A Suécia lidera o ranking geral da ETI pelo terceiro ano consecutivo, como o país mais pronto para a transição para a energia limpa, seguido pela Suíça e Finlândia. O Brasil, segundo o relatório, é um dos países importantes nesta transição, mas que atualmente estão estagnados, ocupando a 47ª posição. Confira gráfico com os melhores do ranking:
Reino Unido e França são as duas únicas economias do G20 entre as 10 principais do ranking. Fora do top 10, houve um progresso na Alemanha. Classificado em 20º, o país se comprometeu a eliminar gradualmente as usinas a carvão e a transferir a produção industrial para combustíveis mais limpos, como o hidrogênio. Mas tornar os serviços de energia acessíveis continua sendo um desafio, segundo o Fórum.
Grandes consumidores
A China, apesar de fortes avanços no controle das emissões de CO2, está em 78º. É um país gigante e conhecido por alto índice de poluição, mas que está adotando rapidamente veículos elétricos e investindo em energia solar e eólica – atualmente possui a maior capacidade fotovoltaica solar e eólica onshore do mundo. Ao lado da China, países como Argentina, Índia e Itália têm mostrado fortes melhorias.
O Brasil está entre os países com alto consumo de energia, incluindo EUA (32º no ranking) e Canadá (28º), que mostram progresso lento, embora constante, na transição energética.
Segundo o Fórum Econômico Mundial, à medida que a mudança climática aumenta a probabilidade de extremos climáticos, como inundações, secas e tempestades violentas, intensifica-se a necessidade de práticas energéticas mais sustentáveis.
Covid-19
Ainda conforme a instituição, após um período de isolamento necessário para conter a pandemia da Covid-19, haverá pressão para que as economias voltem ao “normal”, e a mudança de curto prazo para um setor de energia mais sustentável poderá ser colocada em dúvida. Mas a crise atual, avalia o órgão, também apresenta uma oportunidade para repensar nossas necessidades de energia, incentivar essa transição (trazendo emprego) e considerar o impacto a longo prazo no planeta. A década passada passou por transformações rápidas, à medida que os países avançaram em direção à geração, oferta e consumo de energia limpa. Ganhos foram obtidos, por exemplo, com iniciativas de precificação de carbono.
“A pandemia de coronavírus oferece uma oportunidade para considerar intervenções não-ortodoxas nos mercados de energia e a colaboração global para apoiar uma recuperação que acelera a transição energética quando a crise aguda passar”, diz Roberto Bocca, chefe de energia e materiais do Fórum Econômico Mundial.
“Esse gigantesco reajuste nos dá a opção de lançar estratégias agressivas, de visão de futuro e de longo prazo, levando a um sistema energético diversificado, seguro e confiável que, em última análise, apoiará o crescimento futuro da economia mundial de maneira sustentável e equitativa”, completa o executivo.
FONTE: WEBRAZIL