Alta do dólar pode afetar conta de energia elétrica

A disparada do dólar este ano, devido a temores sobre o avanço do Coronavírus e outras variáveis econômicas, preocupa autoridades do setor elétrico e pode provocar aumentos nas contas de luz em parte do país.

Imagem aérea de Itaipu Foto: Ascom/Itaipu/EBC

Isso porque a energia produzida pela maior usina hidrelétrica brasileira – a de Itaipu – é cotada em dólar, segundo informações do portal “G1”. Itaipu é, atualmente, responsável por 10% da demanda nacional de energia.

Uma das metas do país no setor elétrico é reduzir a dependência hidrelétrica e diversificar sua matriz energética. E a energia solar é uma das grandes opções (por ser de fonte renovável, mais econômica e de custos menores de manutenção). Pelo Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE), o governo espera quadruplicar a participação do setor fotovoltaico na rede em dez anos. Para o consumidor comum, essa opção pode significar redução de até 95% no valor da conta de luz.

Efeitos No início de março, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou reajuste da tarifa da distribuidora Light, que atende parte do Rio de Janeiro. Dos 6,21% de reajuste, em média, 1,77 ponto percentual se deveu à alta de energia em Itaipu. Concessionárias das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste compram energia de Itaipu, e podem ser afetadas. Ao “G1”, o Ministério de Minas e Energia informou que pode adotar medidas para frear essa possível alta nas contas, com mitigação de impactos para as concessionárias em outros gastos de produção. Segundo o ministério, os efeitos do dólar não são imediatos para os consumidores: só poderá acontecer após revisão tarifária anual de cada distribuidora. A cotação em dólar na usina também deve ser revista junto ao governo do Paraguai (parceiro na hidrelétrica), mas isso pode demorar alguns anos. No site da Aneel, há tabelas mostrando a evolução dos custos de produção que impactam para as distribuidoras. No item “Índice de Reajuste de Tarifas Residenciais”, a tabela mostra aumento de 85% nesses custos a partir de 2013.

Desde 2013, as altas de custos de produção foram constantes, devido a fatores como a crise hídrica enfrentada pelo país. A tabela não reflete as tarifas aplicadas ao consumidor final, já que isso requer uma média de várias distribuidoras e também incluiria impactos inflacionários. Veja imagem da tabela abaixo:

 

FONTE:  G1 e Aneel

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